Portugal – porta de entrada

Dois artigos publicados recentemente na imprensa são bem ilustrativos das dimensões que a questão do tráfico de estupefacientes está a assumir em Portugal. Num deles, publicado no DN alerta-se para o facto de Portugal ser uma das principais portas de entrada da cocaína que está a inundar a Europa. No outro, do CM a preocupação é a mesma, só que relativamente ao haxixe proveniente do Norte de África.

Aliás, na parte introdutória do último World Drug Report 2023, refere-se que “los daños causados por el tráfico de drogas y las economías ilícitas de las drogas alimentan y agravan muchas amenazas, desde la inestabilidad y la violencia hasta la destrucción del medio ambiente. Los mercados de las drogas ilícitas siguen expandiéndose tanto en lo que respecta a los daños como al alcance, desde el aumento de la oferta de cocaína y las ventas de drogas en las plataformas de los medios sociales, hasta la imparable expansión de las drogas sintéticas —baratas y fáciles de fabricar en cualquier lugar del mundo y, en el caso del fentanilo, letales incluso en dosis ínfimas—”.

Como afirmou  Ylva Johansson, comissária europeia para os Assuntos Internos, “temos de compreender que os grupos criminosos organizados evoluem e temos de tentar estar um passo à frente na aplicação da lei”. A percepção que temos é que em Portugal se descura bastante esta vertente e depois corre-se atrás do prejuízo.

Por fim, não poderíamos deixar de mencionar a publicação de um outro relatório sobre o crime de homicídio: Global Study on Homicide 2023. Uma perspetiva global sobre este tipo de ilícito.

Sousa dos Santos