Afirma-se frequentemente que vivemos numa sociedade em rede, consubstanciada numa “estrutura social baseada em redes operadas por tecnologias de comunicação e informação fundamentadas na microelectrónica e em redes digitais de computadores que geram, processam e distribuem informação a partir de conhecimento acumulado nos nós dessas redes”[1].
Isto porque a tecnologia, especialmente a internet e as redes de comunicação, transformaram a forma como os cidadãos, as empresas, os governos e as sociedades interagem, colaboram e funcionam. As fronteiras físicas e geográficas tornaram-se menos relevantes, tudo está ligado através das redes digitais (informações, ideias, mercados, pessoas).
A este propósito não poderíamos deixar de mencionar duas obras. A primeira delas da autoria de Yuval Noah Harari, intitulada Nexus – História breve das Redes de Informação da Idade da Pedra à inteligência artificial, onde se examina o modo como o fluxo de informação moldou o ser humano e o mundo. Ao mesmo tempo, são escrutinadas “as formas em que as diferentes sociedades e os diferentes sistemas políticos usaram a informação em seu favor, tanto para o bem como para o mal, e aborda as escolhas urgentes que temos pela frente dada a ameaça da inteligência não-humana contra a nossa existência”.
A segunda, O Impacto da Inteligência Artificial nos Direitos do Titular de Dados Pessoais: o Caso ChatGPT, da autoria de João Pedro Leitão, debruça-se sobre os direitos do titular de dados pessoais e o impacto que os sistemas de Inteligência artificial (IA) têm na esfera jurídica dos utilizadores. Por conseguinte, analisa a IA de forma transversal no que concerne a vários domínios do nosso ordenamento jurídico.
Duas obras indispensáveis para compreender um mundo recheado de oportunidades de crescimento, inovação e conexão, mas que também apresenta desafios complexos, os quais requerem uma atenção permanente em áreas como a segurança, a privacidade e a equidade digital.
L.M.Cabeço
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[1] Castells, Manuel e Cardoso, Gustavo, A Sociedade em Rede – Do Conhecimento à Acção Política, INCM, Lisboa 2005, p. 20.

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