Nos últimos tempos, com alguma frequência, têm surgido notícias na comunicação social sobre o aparecimento de “lanchas voadoras” no litoral português. Estas embarcações são um dos instrumentos que o crime organizado utiliza no tráfico de droga (sobretudo haxixe e cocaína), tabaco e também no tráfico de seres humanos.
Estas embarcações quando são localizadas já efetuaram o transporte ou deitaram fora a carga, sendo, muitas vezes, encontradas sem os respetivos tripulantes, criando-se desta forma um sentimento de impunidade, ao mesmo tempo que o papel do Estado é posto em causa. Acresce ainda, que existe o perigo de provocarem acidentes ou incidentes, a perda de vidas humanas e de navios de onde podem resultar prejuízos para o ecossistema marinho e para as zonas costeiras.
A “vulgarização” das denominadas “lanchas voadoras” em Portugal, ao que consta, estará associada à proibição da sua utilização em Espanha, levando a que o crime organizado explore com afinco esta oportunidade na costa portuguesa para desenvolver as suas atividades. Tal vulgarização, bem como um certo sentimento de impunidade estão bem patentes no facto de uma embarcação deste género ter sido recentemente abandonada, em chamas, numa rotunda da zona industrial da Gafanha da Encarnação, em Ílhavo.
A fim de evitar que a costa portuguesa e zonas limítrofes se convertam num santuário do crime organizado urge mudar de rumo, seguir as pisadas espanholas e legislar no sentido de proibir o fabrico e a utilização destas embarcações, ao que temos juntar uma intensificação da fiscalização pelas entidades com competência neste domínio (Unidade de Controlo Costeiro da GNR, Autoridade Marítima e Marinha).
L.M.Cabeço
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