Em junho deste ano, podia ler-se no Expresso que “entre os 49 países que integram o Greco, um organismo criado pelo Conselho da Europa para monitorizar a corrupção, Portugal destaca-se entre os 16 que não cumprem boa parte das recomendações. Portugal é ainda o país com maior percentagem de medidas ainda por implementar”.
Os casos relacionados, ou supostamente relacionados com este tipo de ilícito criminal sucedem-se, fazem aberturas de telejornais, enchem com letras garrafais as capas de revistas e jornais e inflamam as redes sociais. Entretanto, passado esse agitar de águas, o momento de indignação, os processos vão-se arrastando pelos tribunais durante anos a fio.
Da autoria de Eduardo Dâmaso, foi recentemente publicado um livro intitulado Corrupção – Breve História de Um Crime que Nunca Existiu, mencionando-se na sua apresentação que “Portugal tem um grave problema de corrupção. Mais de quatro décadas depois da viragem democrática, pouco mudou na eficácia do combate à corrupção e aos crimes económicos a ela associados. Nas mais de quatro décadas de democracia, vários membros da chamada elite – de políticos a governantes, passando por banqueiros, advogados e empresários – têm feito fortunas com a incapacidade do país para punir os criminosos. Apesar disso, Portugal vai ignorando mais de 70% das recomendações da União Europeia para combater a corrupção”.
Esta obra, de interesse indiscutível, procura responder a diversas questões, nomeadamente: “De onde nasce a corrupção? O que lhe permite alastrar-se como fogo-posto? Porque continuam impunes muitos dos seus mais vis protagonistas? E como podemos nós, cidadãos comuns, lutar para travar esta epidemia?”.
J.M.Ferreira
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