Ao consultar os sites da especialidade facilmente constatamos que o preço/grama do paládio, neste momento, ultrapassa quase em dobro o do ouro. Este metal, conjuntamente com a platina e o ródio (também eles muito valiosos), são utilizados nos catalisadores dos veículos.
Perante este quadro, não é de estranhar que nos últimos tempos o furto destes componentes tenha vindo a aumentar, sendo uma referência quase diária na imprensa. Acresce que existe ainda a possibilidade de instalação dos catalisadores furtados noutras viaturas por parte de profissionais menos escrupulosos. Um verdadeiro filão.
Se tivermos em linha de conta que a justiça portuguesa é tradicionalmente lenta e benevolente, arriscando-se a vítima a sair da sala de audiências com o sentimento de culpa pelo facto do seu carro ter um equipamento com metais tão valiosos, sendo o arguido mandado à sua vida com uma pena suspensa simbólica porque não tem antecedentes criminais e está bem inserido socialmente, é melhor apostar na prevenção, para tal:
- Estacione o veículo em zonas bem iluminadas, com movimento, sujeitas a videovigilância, junto a obstáculos naturais ou urbanísticos que dificultem a operação de remoção do catalisador;
- Feche a porta da garagem;
- Marque o catalisador (VIN);
- Instale um alarme e um dispositivo antifurto (se tal for admissível).
Duas notas finais. Cada sociedade, em dado momento histórico, gera o seu tipo de crime, o qual vai marcando o seu quotidiano, de onde resulta a necessidade de o conhecer em profundidade para que se possa reagir convenientemente. Além disso, a responsabilidade pela prevenção do crime não incumbe apenas ao Estado mas a todos os cidadãos, os quais dentro do limite das suas possibilidades são parte integrante do sistema preventivo.
Pedro Murta Castro
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