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Segurança

Carreira policial- tentativa de inversão da falta de atratividade

As forças de segurança estão a debater-se, tal como outros setores da administração pública, com uma grande falta de atratividade [1].FSeg

De acordo com o Público estará para ser publicada em breve uma Portaria que tenta inverter esta situação relativamente à Polícia de Segurança Pública (PSP). Para tal, serão feitos ajustamentos em diversos critérios (e.g. prova de conhecimentos, idade, habilitações, provas físicas, provas psicotécnicas, entidades intervenientes e transparência do processo).

Embora concordando com algumas das alterações que são introduzidas através deste diploma, a falta de atratividade desta e de outras carreiras similares, resulta acima de tudo da falta de dignidade e da forma como tem sido conduzida a imagem das forças de segurança junto da sociedade, por vezes até parece que são culpadas de todos os males do mundo, um verdadeiro vazadouro de algumas frustrações o que está bem patente nas agressões sistemáticas a polícias. Depois, a precariedade em termos de condições materiais[2] (e.g. instalações e viaturas) para o desenvolvimento da atividade policial [3]. 

Finalmente, a questão da remuneração e da progressão. O salário mínimo começa-se a aproximar a passos largos do vencimento de um polícia (PSP) ou de um guarda (GNR) em início de carreira na base. E nesta matéria, relativamente a um polícia ou a um guarda nunca pode haver esta equiparação, nem tão pouco ser comparado a um assistente operacional. Mas tudo se encaminha nesse sentido.  Assim, se tivermos em conta os contornos da atividade policial, muitos dos potenciais candidatos tomam outras opções profissionais onde auferem um vencimento igual ou superior com menos esforço e sem se verem envolvidos em “problemas” (e.g. agressões, processos judiciais, processos disciplinares) que os podem afetar e às respetivas famílias de forma irremediável.

Sousa dos Santos

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[1] Governo prevê 2600 novas vagas na PSP e GNR este ano. In Público

[2] Comandante da Unidade Especial de Polícia queixa-se de “ausência de investimento”. In CM

[3] Governo autonomiza conceito estratégico de segurança interna. In Público

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