Crime organizado – dimensão e sofisticação

A Polícia Judiciária (PJ) detetou mais uma “mercearia” de estupefacientes. Um caso que se vem juntar a tantos outros e que nos alerta, novamente, para a dimensão que o tráfico de estupefacientes e o crime organizado estão a assumir em Portugal.

Desta vez, a PJ através da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes, deteve, na margem Sul, dois homens suspeitos da prática do crime de tráfico internacional de estupefacientes, sócios de uma empresa de importação de produtos que contêm Tetrahidrocanabinol (THC), a partir de países da União Europeia. 

Uma vez em território nacional, as substâncias ilícitas eram embaladas, com recurso a máquinas especificamente adquiridas para o efeito e dissimuladas no interior de diversos produtos alegadamente legítimos, com o objetivo de ocultar a sua verdadeira natureza. Posteriormente, os produtos eram distribuídos no mercado nacional, sendo igualmente exportados para diversos destinos internacionais, integrando um esquema organizado de tráfico com dimensão transnacional.

Esta situação ilustra de forma clara a crescente sofisticação do tráfico de estupefacientes em Portugal e confirma uma tendência preocupante: a adaptação do crime organizado a enquadramentos legais e comerciais aparentemente legítimos.

Por outro lado, a dimensão transnacional do esquema reforça a ideia de que Portugal não é apenas um país de consumo, mas também uma plataforma logística relevante para redes internacionais de tráfico. 

L.M.Cabeço