A agenda mediática de ontem foi, em grande parte, marcada pela manifestação convocada pelas associações e sindicatos de uma fatia significativa das Forças e Serviços de Segurança (FSS). Na sequência deste evento, cerca de 5.000 elementos das FSS marcharam da Praça do Comércio até ao Palácio de S. Bento, transmitindo o seu desagrado ao Governo e à Assembleia da República, relativamente às condições em que garantem a segurança dos cidadãos e aos problemas remuneratórios que os afetam.
Com o intuito de esvaziar o acontecimento e aplacar as hostes, o Governo, ao que consta, através de uma nota de imprensa relatou algumas das suas intenções nesta matéria, em termos de descongelamento das carreiras, promoções, pagamento dos suplementos remuneratórios em período de férias, e de investimento em equipamentos, viaturas e instalações.
Esta postura é reveladora de alguma inabilidade, por parte da tutela, para lidar com as questões em apreço, a qual se tivesse, atempadamente, dado sinais concretos destes propósitos, certamente que a tomada de posição das associações e sindicatos não teria sido necessária, evitando-se este pico de conflitualidade que desembocou nas escadarias no Parlamento, onde, felizmente, prevaleceu o bom senso e a ponderação.
Deu-se, assim, um péssimo sinal que se age, apenas, à posteriori, numa ótica reativa e debaixo de pressão, sempre na esperança que prevaleça a máxima do “quem cala consente”.
J.M.Ferreira
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