China versus EUA

Apesar das tentativas de apaziguamento, as relações entre os EUA e a China têm caraterizado por um clima tenso, ainda em junho deste ano Henry Kissinger alertou para o perigo de “confronto militar direto”.  Por outro lado, mais recentemente o presidente chinês afirmou “quando a China e os Estados Unidos trabalham juntos, os países e o mundo beneficiam, mas ambos os países e o mundo sofrerão se os dois países se confrontarem”.

A tudo isto, temos de juntar a tempestade que está a formar no leste da Europa, nomeadamente na Ucrânia, na Bielorrússia, na Polónia e nos estados bálticos, com a Rússia a aproveitar-se de um acentuado “desvio interesses” dos EUA da Europa[1] para a zona do Indo-Pacífico.

Na nossa perspetiva, este tema pode ser aprofundado através de dois livros:

Destinados à Guerra – Poderão a América e a China escapar à armadilha de Tucídides, da autoria de Graham Allison, referindo na respetiva apresentação que “a menos que a China esteja disposta a reduzir suas ambições ou Washington aceite tornar-se o número dois no Pacífico, um conflito comercial, um ataque cibernético ou um acidente no mar podem em breve transformar-se num novo conflito mundial. Em Destined for War, o eminente especialista de Harvard Graham Allison explica como a armadilha de Tucídides é a melhor lente para entender as relações EUA-China no século XXI. Através de estranhos paralelos históricos e cenários de guerra, o autor mostra o quão perto estamos do impensável”.

2034, de Elliot Ackerman e do Almirante James Stavridis, um thriller visionário sobre a próxima guerra mundial. Escrito por dois ex-oficiais militares e autores premiados, 2034 é um thriller geopolítico assustadoramente autêntico que antecipa um confronto naval entre os Estados Unidos e a China no mar do Sul da China e o início de uma nova guerra mundial.

Duas leituras indispensáveis.

Manuel Ferreira dos Santos

_________________________

[1] – Na revista do Expresso de 27/11/2021, foi publicado um artigo sobre este assunto: “Porque é que a Europa conta cada vez menos?”