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Defesa, Estudos, Relações Internacionais, Segurança

Tempos conturbados

Vivemos tempos conturbados, o grau de imprevisibilidade é total.  Como escreveu Winston Churchill, “nunca, nunca acreditem que qualquer guerra vai ser calma e fácil, ou que qualquer pessoa que se lance numa viagem estranha pode calcular as marés e furacões que irá encontrar. O estadista que ceder à febre da guerra tem de perceber que, quando o sinal for dado, deixará de dominar a política e passará a ser escravo do imprevisível e do incontrolável”[1].Wook.pt - O Caminho para o Fim da Liberdade

Para uma melhor compreensão da realidade atual, recomendamos a leitura de duas obras (já anteriormente sugeridas). A primeira delas, da autoria de Timothy Snyder, intitulada “O Caminho para o Fim da Liberdade Rússia – Europa – América”. Na sua apresentação refere-se que “com o fim da guerra fria, a vitória da democracia liberal foi dada como garantida, mas atualmente sabemos que esta perspetiva foi prematura. O autoritarismo voltou a ser instituído na Rússia quando Putin desenvolveu um sistema político em torno da consolidação e do exercício do poder. Nos últimos seis anos, esse poder difundiu-se de leste para oeste, à medida que o nacionalismo começou a inflamar a Europa, encorajado pela propaganda e pela guerra cibernética russa. Neste trabalho consistente e rigoroso sobre história contemporânea, Timothy Snyder expõe a verdadeira natureza da ameaça à democracia. Ao dar conta das escolhas cruéis — entre igualdade e oligarquia, individualidade e totalidade, verdade e falsidade — o historiador restabelece a nossa compreensão do mundo e do modo como vivemos, oferecendo-nos um caminho para a inservidão, a percorrer num momento de terríveis incertezas”.

Wook.pt - Uma História do PresenteA outra, “Uma História do Presente: o melhor e o pior dos mundos”, é da autoria de Michael Burleigh.  Incide sobre a noção que prevalece desde o fim da Segunda Guerra Mundial, “de que o mundo deve ser governado segundo o modelo ocidental da democracia liberal e do mercado livre foi amplamente aceite. Contudo, vários acontecimentos no dealbar do século XXI puseram em causa a ideia corrente de que não há outro caminho. Quem podia adivinhar que a China havia de se tornar uma defensora da globalização e liderar a batalha contra as alterações climáticas? Ou que a Rússia pós-soviética viria a representar uma ameaça mais séria à estabilidade mundial do que o Daesh? E à medida que os Estados Unidos se viram para dentro e que a Europa é assolada por políticas de austeridade e nacionalismos populistas, o consenso do pós-guerra parece ser cada vez mais precário”.

Sousa dos Santos

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[1] Allison, Graham, Destinados à Guerra, Gradiva, Lisboa, 2021, p.197.

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