Ucrânia

O dia 84 da guerra na Ucrânia ficou marcado pela rendição de uma parte significativa do contingente ucraniano que se encontrava no interior das instalações do complexo siderúrgico de Azovstal e pelo julgamento de um soldado russo considerado autor de crimes de guerra. Além disso, ficámos a saber que o primeiro ministro português e o presidente da Assembleia da República aceitaram um convite para se deslocarem a Kiev, esperando-se a todo o momento a expulsão de funcionários diplomáticos portugueses em Moscovo.

Portanto, aquilo que foi denominado pelos russos como operação militar especial com uma duração limitada no tempo (uma semana a 15 dias), estará para durar e provocar cada vez mais danos colaterais.

Para melhor entendermos esta dinâmica, aconselhamos a leitura de três obras, a primeira delas da autoria de Rui Cardoso, intitulada   Ucrânia – 35 Pontos Fundamentais para Entender a Invasão Russa. Ao longo das páginas faz-se uma incursão pela história da Ucrânia, passando por temas como a expansão da NATO, o mito do genocídio de russófonos no Donbass, a transformação de Putin aos olhos do exterior, a improvável ascensão de Zelensky, a tenacidade dos invadidos e as fraquezas dos invasores, o equipamento militar utilizado de ambos os lados e as armas proibidas por leis internacionais, sem esquecer a ameaça do nuclear .

A outra, Entre Dois Fogos – Verdade, ambição e compromisso na Rússia de Putin escrita por Joshua Yaffa,  traça um retrato das lutas internas travadas entre os que sustentam o autoritarismo de Putin, falando-nos dos mais destacados políticos, empresários, e até artistas e historiadores, que construíram as suas carreiras e identidades à sombra do regime de Putin. 

Por fim, A Rússia de Putin, a ascensão de um ditador, onde  Darryl Cunningham retrata o percurso de Putin dos pátios atulhados de lixo e ratazanas em Leningrado, onde cresceu, às guerras na Síria, Geórgia e na Ucrânia, como chegou à KGB, como singrou dentro dos serviços secretos russos, como formou um cartel de crime à sua volta e como viu o seu nome envolvido nos brutais assassinatos de Boris Nemtso (opositor político), Anna Politkovskaya (jornalista) e do ex-espião Alexander Litvinenko.

L.M.Cabeço