Violência sexual contra crianças

De acordo com o Conselho da Europa, “a exploração sexual e o abuso sexual de crianças são ainda uma realidade trágica para as nossas sociedades. Constituem uma violação séria dos direitos das crianças”, podendo ocorrer online, por telefone, nas ruas ou através de uma webcam, em casa ou na escola. Pode ser perpetrado por uma pessoa do círculo de confiança da criança ou até por um estranho e pode causar danos físicos e mentais que duram uma vida inteira.

Sobre esta temática, foi recentemente publicado um livro intitulado “De que Falamos Quando Falamos de Violência Sexual Contra Crianças”, da autoria de Ângelo Fernandes, “um problema com uma dimensão bem mais profunda do que comummente pensamos, mas é tema que permanece tabu e repleto de mitos. Muitas mães e pais acreditam que é algo que só acontece aos outros e que, se os seus filhos fossem vítimas, lhes iriam contar. No entanto, esta crença é falsa. A maioria das crianças não partilha a sua história de abuso sexual, o que transmite a mães, pais e pessoas cuidadoras uma falsa sensação de segurança.” O autor é o fundador da Associação Quebrar o Silêncio, a qual apoia homens e rapazes vítimas de abusos sexuais.

Por fim, como escreveu Vera Ramalho no Público, “dada a gravidade da violência sexual, importa que a sociedade e as autoridades não se situem apenas no campo remediativo, mas incluam a prevenção com programas de educação sexual nas escolas e a formação junto dos profissionais que de alguma forma contactam com as crianças e suas famílias, de modo a que entendam o que é a violência sexual, reconheçam os sinais e as formas de atuação dos agressores e saibam identificar e proteger as vítimas”. E, este livro fornece um conjunto de ferramentas necessárias para a prevenção do problema.

 Sousa dos Santos