Encorajamentos e fragilidades 

Neste país de brandos costumes, dois jovens, certamente depois de uma noite de diversão revigorante e plena de inspiração, fizeram-se fotografar em cima do capô de uma viatura da Guarda Nacional Republicana (GNR) em Ferreira do Alentejo. Sinais dos “novos tempos” e reflexo de alguns “encorajamentos” diretos e indiretos que têm vindo a ser dados a atitudes deste género.

Entretanto, aproveitando as “fragilidades lusitanas” em matéria de imigração (bem patentes em episódios mais ou menos recentes), alguns cidadãos estrangeiros requereram, de forma fraudulenta, a uma Junta de Freguesia lisboeta, atestados de residência com base em falsas declarações. Depois de efetuada a denúncia pela autarquia, a Polícia Judiciária entrou em campo, tendo detido 20 pessoas. No plano oposto, segundo dados do Observatório da Emigração, os portugueses altamente qualificados rumam cada vez mais em direção aos países nórdicos em busca de qualidade de vida. Assim, Portugal vai-se transformando num país de empregos pouco qualificados com baixos salários, com muita gente desocupada que domina na perfeição todas as “técnicas de desenrascanço”, sempre em busca de um subsídio ou de uma forma de subsistência análoga. Esta amálgama trará consequências muito desagradáveis a médio e longo prazo, as quais incidirão também, como não poderia deixar de ser, na área da segurança.

Contudo, podemos ficar descansados porque Portugal, de acordo com a Global Peace Index ocupa a sétima posição entre os países mais pacíficos do Mundo, tendo subido uma posição relativamente a 2022.

Sousa dos Santos