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droga, Segurança

Os portos e a droga

Num excelente artigo escrito por Valentina Marcelino, no DN, em 16/01/2023, refere-se que em 2022 foram apreendidas 16 toneladas de cocaína. Para encontrar valores superiores é preciso recuar a 2005 e 2006. cover.PNG

Por outro lado, de acordo a CNN, a Europol assume que os maiores portos da Europa estão a ser invadidos pelo crime organizado, considerando que Portugal é cada vez mais a porta de entrada. E há pontos estratégicos: Sines, Setúbal e Leixões são os principais alvos dos cartéis do narcotráfico”. A este propósito, a Europol publicou um relatório intitulado “Criminal Networks in EU Ports: Risks and challenges for Law Enforcement”, onde se analisa esta temática, nomeadamente a metodologia utilizada pelo crime organizado, as tendências e o rumo a tomar para enfrentar este problema.  

E, foi exatamente num dos portos atrás elencados (Leixões) que um grupo de estivadores foi detectado, em flagrante, a retirar cerca de 100 quilos de cocaína de um contentor [1]. Reflexo do facto de sermos uma porta de entrada de droga vinda da América do Sul (posição geográfica e relações próximas). Mesmo tratando-se uma atividade que envolve riscos, o desejo de obtenção de proventos económicos, o lucro fácil e previsível sobrepõe-se ao risco. 

E, esta sobreposição tem a sua génese num certo sentimento de impunidade, num grande à-vontade  com que trabalham as organizações criminosas e todos os que gravitam em seu torno, o que só pode resultar das dificuldades de prevenção (no caso dos contentores apenas 10% são fiscalizados), de combate do fenómeno e de uma certa brandura da Justiça. 

Urge inverter este rumo e impedir que o crime organizado em geral e em especial o que se dedica ao tráfico de estupefacientes se infiltre na sociedade e a acabe por manietar, constituindo-se como a única luz ao fundo do túnel para muitos desesperados, com as consequências que já estão à vista noutros países, tendo aparecido por cá, também, algumas amostras

O diagnóstico está feito. Como afirmou Rui Moreira, é preciso um “combate efetivo” ao tráfico de droga.

Sousa dos Santos

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[1] – Neste momento em prisão preventiva, conforme notícia publicada no JN.

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