Alarmes

A delinquência juvenil é um problema complexo e multifacetado que por um lado provoca danos significativos à sociedade e por outro coloca em risco o futuro dos jovens envolvidos, exige, por isso, uma análise profunda para que seja possível compreender as suas causas, consequências e possíveis soluções.

De acordo com o DN, tendo como suporte um relatório da Comissão de Análise Integrada da  e Criminalidade Violenta (CAIDJCV), são preocupantes os dados relativos à delinquência juvenil, havendo crianças e jovens aliciados por “firmas” criminosas.

A delinquência juvenil é um problema de todos nós, sendo essencial a mobilização de toda a sociedade para prevenir e combater este flagelo, de molde a garantir aos jovens um futuro digno e promissor que os afaste das garras, da “atração fatal” do mundo crime.

Uma notícia preocupante que se segue a outros alarmes que têm soado ultimamente na imprensa, nomeadamente o aumento da criminalidade em 2023, dado que segundo as estatísticas disponíveis “os crimes registados pelas polícias portuguesas aumentaram cerca de 8% no ano passado em relação a 2022”. Relativamente a esta questão, mais uma vez alertamos para o facto das estatísticas poderem não corresponder à realidade porque, em regra, existem, por vários motivos, muitos crimes que não são denunciados engrossando as denominadas “cifras negras”. 

Outro alarme preocupante é a temática das agressões contra profissionais de saúde.  Segundo o Expresso, “o número de incidentes violentos aumentou 17,8% em 2023 e obrigou a que os profissionais faltassem a mais de 3200 dias de trabalho”. Como já referimos, na sua génese estarão vários fatores, nomeadamente o caos em que mergulhou o Serviço Nacional de Saúde, a sobrecarga de trabalho dos profissionais de saúde, a falta de segurança, os problemas de comunicação e a desinformação. Na nossa perspetiva, a solução passará pela resolução dos problemas de fundo do SNS, pela implementação de medidas que garantam a segurança efetiva dos profissionais e punição dos infratores quando praticam ilícitos criminais. Além disso, devem ser levadas a cabo campanhas de consciencialização para esta temática, acompanhadas de uma melhoria dos canais de comunicação e de um efetivo combate à desinformação.

Por fim, o serviço militar obrigatório entrou definitivamente na agenda mediática. A discussão tem origem na escassez de efetivos nas fileiras dos três ramos das Forças Armadas. Como ficou demonstrado na Ucrânia, a guerra não se reduz a uma vertente tecnológica, exige militares que pisem a lama e ocupem o terreno, com todas as consequências associadas a essa dimensão. Independentemente da existência de SMO, a questão da escassez de efetivo tem de ser resolvida. Há diversos caminhos possíveis, por isso, antes que se caia em algo similar ao “milagre de Tancos”, temos que antecipar e encontrar soluções.

J.M.Ferreira