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Defesa, Investigação Criminal, Segurança

Inquietações

1.Os serviços de informações e espionagem desempenham um papel crucial na segurança nacional e naISEG proteção dos interesses nacionais. A CNN Portugal refere que “os serviços secretos russos que operaram na Europa adaptaram-se e estão mais perigosos que nunca”. Um artigo que deixa algumas preocupações no ar, tanto em termos de ambições como de metodologias utilizadas. Conforme consta no site do SIS, “perante o atual quadro de ameaças e riscos associados à espionagem, Portugal tem um acervo considerável de interesses a proteger, quer nos domínios geoestratégico, político e militar quer nos setores vitais da sua economia, para os quais a salvaguarda do conhecimento científico e da capacidade de inovação é essencial”. Resta saber se estamos preparados para fazer face a estes novos desafios.

2.A questão do “reforço das fileiras” das Forças Armadas adensa-se a cada dia que passa. João Annes, especialista do Observatório de Segurança e Defesa da SEDES, afirmou na CNN que  “Portugal tem de contribuir para o esforço europeu de dissuadir a Rússia das suas ambições imperialistas”. Se não o fizermos, podemos vir a ser chamados para uma situação que não gostaríamos, sem estarmos preparados para isso”. Se por um lado temos a referidas ambições, por outro temos de contar com a possibilidade do “guarda chuva americano” se poder fechar, ou passar a funcionar em modalidades diferentes, tendo em conta a possibilidade de Trump ascender ao poder e as ameaças que se fazem sentir noutras paragens, bem patentes nas “patrulhas de combate” chinesas no Mar do Sul da China. Perante este quadro, «o primeiro-ministro chinês Li Qiang disse que Washington e Pequim devem ser “parceiros, não adversários”»

Daí que a Europa tenha de estar preparada para o pior, ou seja a conjugação destes cenários. Como não poderia deixar de ser, Portugal não escapa a esta tendência. Importa conhecer qual a modalidade que se pretende implementar caso seja necessário encher as “casernas” e se temos capacidade económica e financeira para isso, bem como para a aquisição de equipamentos (v.g. armas, viaturas fardamento). Neste contexto, é de salientar que através  do Aviso n.º 7347/2024/2, foi aberto um concurso para admissão aos estágios técnico-militares para ingresso nos quadros permanentes de Praças da Força Aérea – 2024.

3.Apesar de sucessivas tentativas de “tapar o sol com a peneira”, os casos de utilização de armas de fogo nalguns locais começa a ser deveras preocupante. Desta vez, “dois homens foram baleados em café de Lisboa, na zona do Lumiar”. E, um tiro acidental em festa atingiu um homem no peito em Alfama. Há que assumir que temos um problema neste domínio e encontrar soluções antes que algumas zonas se convertam em algo análogo à “Chicago dos anos 20 e 30”. Isso consegue-se com recolha de informação no terreno (os peritos na matéria saberão certamente, como isso se faz), com a implementação de medidas de prevenção (abordagem multidisciplinar e multisetorial) e de combate.

Numa vertente conexa, foi recentemente publicado pela Europol um relatório sobre o crime organizado na Europa, relativamente ao qual a imprensa fez abundantes referências:

Um documento que merece uma leitura aprofundada para que se tome consciência deste fenómeno e dos seus contornos, uma vez que muitas destas organizações aproveitam a nossa localização geográfica e o Acordo de Schengen para o exercício das suas atividades.

Manuel Ferreira dos Santos 

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