Um destes dias o país acorda e não tem praças nas Forças Armadas. Ao que conta desde o início do ano até setembro saíram das fileiras 1220 militares, o que se deve sobretudo ao baixo nível remuneratório desta categoria que se destina ao exercício, sob orientação, de funções de natureza executiva e ao desenvolvimento de atividades de âmbito técnico e administrativo, próprias dos respetivos quadros especiais e postos.
Em declarações prestadas à TSF, o «presidente da AOFA defende que estamos a assistir à morte “deliberada” das Forças Armadas fruto de salários baixos que facilmente são ultrapassados noutros empregos no Estado (por exemplo na GNR e PSP) ou no privado, sobretudo numa altura de crescimento económico».
Portanto, se queremos continuar a ter Forças Armadas credíveis, porque elas não existem sem praças, as alternativas não são muitas. A primeira delas passa pela profissionalização efetiva desta categoria, com a constituição de um quadro permanente análogo ao que existe na Marinha, na Guarda Nacional Republicana para a categoria de Guardas e na Polícia de Segurança Pública para os Agentes, e além disso o vencimento terá de sofrer um aumento significativo. A outra passará pela reintrodução do Serviço Militar Obrigatório.
Caso contrário, apenas restarão os oficiais e os sargentos cujo futuro também não se perspetiva muito risonho.
Sousa dos Santos
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