A calma da tarde estival do dia 1 de setembro agitou-se quando os órgãos de comunicação social informaram que o navio Bojador da Unidade de Controlo Costeiro da Guarda Nacional Republicana (UCC/GNR) tinha encalhado junto à Praia de Carcavelos.
As redes sociais incendiaram-se imediatamente. Todos os que são contra o facto da GNR dispor de meios navais para cumprir a sua missão e as respetivas atribuições aproveitaram, mais uma vez, para dizer o que lhes vai na alma, de forma mais ou menos acalorada. Por um lado, pretenderam fazer passar a mensagem que isto só aconteceu porque esta embarcação pertence a esta força de segurança de natureza militar e por outro que os meios (humanos e os recursos financeiros) empenhados deveriam ser canalizados para outras vertentes operacionais.
O caso só atingiu o nível de empolgamento de todos conhecido, fruto da discussão que se tem gerado tanto no plano interno da GNR, sobretudo por parte daqueles que reduzem a missão da Guarda à zona de ação dos Postos Territoriais ou pretendem a amputação desta e de outras atribuições para que a fronteira que separa este corpo especial de tropas da Polícia de Segurança Pública (PSP) se dilua e torne mais fácil o desaparecimento da primeira, e no plano externo pelas achas lançadas por alguns “opinion makers”.
Ora, não podemos perder de vista que estamos perante um acidente, ou seja um acontecimento que ocorre de forma repentina ou inesperada, causando vítimas e/ou danos materiais. Pode-se, ainda, tratar de um simples incidente, desde que apenas a segurança seja posta em causa, sem que ocorram danos e/ou vítimas. Basta fazer uma pequena pesquisa para constatar que os acidentes e incidentes com meios militares navais, aéreos e terrestres ocorrem não só em Portugal, como a nível global.
Logo, nesta situação, tal como noutras análogas, o que há a fazer é averiguar exaustivamente o que aconteceu, chegar rapidamente a conclusões, apurar responsabilidades e extrair as devidas lições para o futuro. Tudo o resto são tentativas de aproveitamento para fins mais ou menos explícitos.
J.M.Ferreira
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