Os incêndios têm dominado o panorama nacional. João José Brandão Ferreira escreveu um artigo no Observador onde aborda diversos tópicos sobre esta temática, nomeadamente:
- O ordenamento do território;
- A interação entre o este ordenamento e os incêndios;
- A “incompetência, inépcia e descaso em resolver este drama”;
- A prevenção a Justiça e os incêndios;
- O “reino da Autoridade Nacional da Proteção Civil, organismo meio anárquico, sem escola, organização, carreiras, doutrina e sobretudo hierarquia capaz”;
- A profissionalização dos Bombeiros;
- A comunicação social;
- O papel da Força Aérea, em termos de meios aéreos (aviões, helicópteros e drones);
- A produção de legislação clara, sem “alçapões”;
- A ausência de um “plano, com objetivos de curto, médio e longo prazo, que organizasse a prevenção, o combate e a repressão”.
É de frisar que este autor escreveu um outro artigo, em 2016, na revista Sábado, intitulado “o negócio dos incêndios”, sendo os dois merecedores de uma leitura demorada.
Tal como já afirmámos, neste domínio, as causas têm de ser procuradas em décadas e décadas de decisões erradas e erróneas relativamente às mais diversas vertentes que interferem com esta temática (e.g. ordenamento florestal, prevenção, combate), feitas ao sabor de determinado tipo de simpatias. Desta forma, as decisões não podem assentar nem no voluntarismo, nem tão pouco na simpatia política, nem em disputas vãs entre os vários atores. Sob pena de no futuro continuarmos a lamentar ano após ano o número de hectares ardidos, de mortos, feridos e danos, o paradigma tem que mudar, porque basta de discursos e de boas intenções, ao que temos de acrescentar os algoritmos.
Sousa dos Santos
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