Maria Sousa Galito considera que “o terrorismo geralmente envolve violência física ou psicológica contra alvos não combatentes, selecionados ou aleatórios, é uma forma instrumental de impor o medo sobre um povo, um governo ou um Estado”, havendo quem considere que o fenómeno é irracional ao ponto de ser incompreensível, impossível de analisar racionalmente. Nuno Severiano Teixeira escreveu, num artigo publicado em 2003 que “o novo terrorismo, fundado no dogma teocrático e no fundamentalismo religioso que revela um poder de mobilização extremo, desconhecido e, praticamente, impossível em sociedades laicas. Enquanto estas maximizam a capacidade para matar, aquela maximiza a predisposição para morrer”.
O início de 2016 ficou marcado pelo atentado terrorista ocorrido em Jacarta, capital da Indonésia, um Estado arquipelágico predominantemente muçulmano, o qual terá sido levado a cabo pelo grupo extremista sunita Daesh (Estado islâmico) através de “soldados do Califado na Indonésia”, visando “estrangeiros e forças de segurança que tinham a responsabilidade de os proteger na capital da Indonésia”.
A este soma-se um outro, perpetrado num hotel de Uagadugu, capital do Burkina Faso, e que vitimou, entre outros cidadãos, um português residente em França, tendo o atentado sido reivindicado pela Al-Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI). Este ataque segue-se a um outro levado a cabo num hotel de luxo do vizinho Mali que ceifou a vida a 20 cidadãos de várias nacionalidades.
Os acontecimentos do Uagadugu poderão ter na sua génese, além da proximidade geográfica, o fato do Burkina Faso ter uma grande contingente militar no Mali no âmbito da missão militar da ONU (Minusma), país onde a AQMI está particularmente ativa, aproveitando-se do deserto do Sara para se ocultar e desenvolver atividades ligadas ao crime organizado, provindo daqui os fundos necessários.….… Continuar a ler
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