Josué de Castro[1] escreveu já há alguns anos que a Geopolítica ”é uma disciplina científica que busca estabelecer as correlações existentes entre os fatores geográficos e os fenómenos políticos, a fim de mostrar que as diretivas políticas não têm sentido fora dos quadros geográficos”. Por seu turno, Pezarat Correia, a dado passo, num artigo escrito na revista Nação e Defesa, refere-se à Geopolítica como sendo “o estudo das constantes e das variáveis do espaço que, ao objetivar-se na construção de modelos de dinâmica do poder, projeta o conhecimento geográfico no desenvolvimento e na atividade política”.
A este propósito, José Pedro Teixeira Fernandes, docente do ensino superior e investigador da área das Relações Internacionais e dos Estudos Europeus, com diversos artigos publicados em revistas científicas nacionais e internacionais e vários livros nas suas áreas de especialização, publicou uma obra intitulada “O Regresso da Geopolítica Europa, Médio Oriente e Islão”.
No livro são tratados diversos temas, nomeadamente o multiculturalismo de gueto francês, a questão grega, os nacionalismos, a “conspiração de estúpidos” que ameaça a União Europeia e a situação ucraniana. Daí salta para o problema dos refugiados, sempre na ordem do dia, como se atesta pelo naufrágio de mais um barco no Mediterrânio, perante a passividade das autoridades italianas, de que resultaram 268 mortos (60 deles crianças). Depois avança para o turbilhão do Médio Oriente e termina com a análise do Islamismo-Jihadista e do Islão.
Um contributo indispensável para compreender a realidade internacional e de uma forma muito espacial para quem se debruça sobre a temática da segurança.
L.M.Cabeço
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[1] CASTRO, Josué de, Geopolítica da Fome, 6.ª edição, S. Paulo, Editora Brasileirense, 1961, pago 27.
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