No que tange à Proteção Civil a semana foi algo atribulada. Em primeiro lugar, continua a saga da disponibilidade de meios aéreos para combater os incêndios rurais. Depois, a tensão gerada entre a Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF) e Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), devido à vinda de três peritos da União Europeia (UE), para aconselhar as autoridades nacionais na prevenção e combate a incêndios.
Finalmente, a controvérsia em torno da divulgação de um relatório final de uma auditoria realizada pela ANPC na sequência dos incêndios de Pedrógão Grande. Depois de avanços e recuos, a Procuradoria-Geral da República, “face à relevância do respetivo conteúdo para o esclarecimento público e por se considerar que não existe prejuízo para a investigação”, decidiu divulgar o referido relatório. Neste documento são tecidas diversas críticas, nomeadamente à organização inicial do combate ao incêndio e revela-se que os auditores se depararam com a inexistência de provas documentais sobre o trabalho de combate ao fogo. Uma das situações caricatas refere-se ao primeiro posto de comando do incêndio que terá sido uma mesa, com quatro cadeiras e um computador pessoal emprestado por um dos bombeiros “com o Google Earth aberto”.
Um piloto espanhol que combateu as chamas em Pedrogão afirmou que houve falhas de coordenação, muito volume de ajuda concentrado em zonas em que não era tão necessário, referindo que a coordenação e a preparação têm de ser antecipadas. Perante este quadro, não se compreende a tensão, relatada pela imprensa, entre a AGIF e ANPC, em torno da vinda de três peritos da (UE) para aconselhar as autoridades nacionais na prevenção e combate a incêndios.
Manuel Ferreira dos Santos
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