Com a solenidade e gravidade que o momento exigia, no decurso da cerimónia do dia da Unidade de Ação Fiscal, o Ministro da Administração Interna anunciou o fornecimento à Guarda Nacional Republicana (GNR), até 2021, de 1200 novas viaturas.
Quem olhar para esta notícia, sem o filtro adequado, fica com a noção que o parque auto desta força de segurança vai ser alvo de uma renovação significativa, e que doravante desaparecerão aquelas imagens de guardas a empurrar vetustas viaturas pelas ruas das localidades, na esperança, por vezes vã, que se dê o milagroso arranque.
Em primeiro lugar, temos que ter a noção de que são apenas 1200 viaturas, para todas as unidades da Guarda, ao que temos de somar os comandos funcionais e respetivas direções. Depois, a sua distribuição ocorrerá até 2021. Acresce que a necessidade de substituição deve rondar o triplo. Além disso, tudo leva crer que os veículos a entregar ao dispositivo tenham uma limitação anual em termos de quilometragem.
Daqui resulta que no final de 2021, o parque auto da GNR estará na mesma situação em que se encontra atualmente. Pelo que, infelizmente, os fotógrafos amadores podem ficar descansados, pois do seu acervo de momentos pitorescos lusitanos vão continuar a constar as imagens de elementos das forças de segurança a empurrar carros de serviço (alguns deles com 30 anos) pelo país fora à espera do clique mágico do motor.
Sousa dos Santos
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