A mutilação genital feminina, remoção parcial ou total dos órgãos genitais externos da mulher ou que provoquem lesões nos mesmos por razões não médicas, é uma das práticas tradicionais nocivas mais graves de discriminação contra as mulheres e de violação de direitos fundamentais, como a igualdade, a dignidade e a integridade de raparigas e mulheres.
Esta prática afeta mulheres de todas as idades, culturas e religiões, prejudicando o seu direito à integridade física e à saúde, incluindo a sexual e reprodutiva, e constituindo um obstáculo ao pleno exercício da cidadania e à realização da igualdade entre as mulheres e os homens. Estima-se que cerca de 200 milhões de crianças do sexo feminino, raparigas e mulheres adultas, tenham sido alvo desta crueldade.
Neste âmbito, em Portugal, foi lançada a campanha “Não corte o futuro – Multinação Genital Feminina Não”. Esta iniciativa pretende alertar para as consequências desta prática tradicional nefasta no bem-estar e na saúde de meninas e mulheres, mobilizando organizações e profissionais para o trabalho que é preciso fazer concertadamente para a sua erradicação.
Em 2018, profissionais de saúde detetaram 63 registos de mutilação genital feminina, sendo que em todos estes casos a mutilação foi praticada fora de Portugal e, nalguns deles, muitos anos antes de ter sido detetada.
J.M.Ferreira
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