Do roteiro da imprensa sobressai uma notícia onde se menciona que já há mais graduados do que praças nas Forças Armadas. Uma situação em que a pirâmide está completamente invertida, havendo sargentos a fazer trabalho de praças e oficiais a fazer trabalho de sargentos, de onde resulta a desmotivação.
As Forças Armadas não conseguem atrair voluntários, nem têm capacidade para reter aqueles (poucos) que vão entrando nas fileiras. Isto porque não existe um quadro permanente para praças e as condições para permanecer, nomeadamente o vencimento, não são atrativas.
Como já referi anteriormente, inclino-me para a profissionalização efetiva da categoria de praças, com a constituição de um quadro permanente análogo ao que existe na Marinha, na Guarda Nacional Republicana para a categoria de Guardas e na Polícia de Segurança Pública para os Agentes. Isto porque permite captar para as fileiras os melhores e na fase do período probatório proceder ao expurgo dos que se mostrarem menos capazes. A qualidade paga-se. Além disso, evita que alguns militares com determinado tipo de especialização, findo o contrato, sejam atraídos para organizações criminosas, tendo em vista a utilização dos seus conhecimentos para fins ilícitos.
Caso contrário, não restará outra solução que não seja o regresso do Serviço Militar Obrigatório.
Sousa dos Santos
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