Pelo menos em dois artigos, um deles a propósito dos incêndios e num outro sobre a reserva de recrutamento e disponibilidade defendemos, uma vez que se mantêm alguns “pruridos” em relação ao serviço militar obrigatório, a prestação de um serviço de cariz cívico (“serviço cívico de proteção civil”).
Argumentámos na altura que esta modalidade robusteceria o sentimento de pertença à Nação mercê de um conhecimento mais profundo da realidade nacional (algo que tem vindo a perder-se nas camadas mais jovens) e ao mesmo tempo fortaleceria o sentido nacional de missão, o sentimento de prestação à comunidade de um serviço de natureza especial, a disciplina e a capacidade de resiliência, potenciando a organização de sistemas de autoproteção e autodefesa, bem como a adoção de medidas de prevenção e de socorro.
Nem a propósito, Henrique Raposo, na sua coluna de opinião no Expresso, defende a recuperação “do serviço militar obrigatório para eles e elas em pé de igualdade. Ao lado, para quem não quiser a tropa, é preciso criar um serviço cívico obrigatório”. Pois, “nós somos uma república de cidadãos que têm de perceber a ideia de serviço e sacrifício, não podemos continuar a ser um mero mercado de adolescentes-consumidores que só respeitam a soberania do impulso consumista”, desconhecendo que há mundo para além desses “muros”.
Esperamos que esses “muros” não demorem muito a ser derrubados.
Sousa dos Santos
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