Ao que parece cabe à Guarda Nacional Republicana (GNR) a segurança das viaturas empenhadas na distribuição das vacinas contra a Covid-19 no território nacional. Em Évora, a Polícia de Segurança Pública (PSP) terá tido outro entendimento e também quis tomar parte nesta operação por considerar que estava a decorrer na sua área de jurisdição, bloqueando e impedindo a saída da carrinha de transporte.
Segundo a TVI, “o conflito acabou por ser resolvido por volta das 19:30, ao fim de mais de meia hora de impasse, com uma escolta partilhada entre a GNR e a PSP, após decisão das hierarquias”. O Ministro da Administração Interna anunciou a abertura imediata de um inquérito pela Inspeção Geral da Administração Interna.
Imagine-se que em vez das vacinas estava em causa o transporte de um órgão para transplante e que no meio de toda esta confusão o tempo útil para a realização da intervenção cirúrgica se esfumava porque se tinha levantado uma discussão territorial do género “quem é que manda aqui?”.
Só me apraz um comentário: um episódio perfeitamente dispensável porque há valores que estão acima deste tipo de disputas que em nada contribuem para dignificação das instituições nem para a sua credibilização junto da população que não espera este tipo de competição, não se consubstanciando o reconhecimento social da sua atuação nesta ânsia de protagonismo e mediatismo.
L.M.Cabeço
_________________________________
Adenda: PSP NÃO PODIA TER BLOQUEADO ESCOLTA DA GNR ÀS VACINAS, MOSTRA DOCUMENTO A QUE A TVI TEVE ACESSO – As regras para a distribuição de vacinas foram decididas numa reunião a 22 de dezembro com a presença da Secretária-Geral do Sistema de Segurança Interna e os comandos das duas forças. In TVI 29/12/2020
Uma operação desta natureza está planeada (?) há muito e tem de estar acordada a forma de escolta. Se na cidade a jurisdição é da PSP, entre cidades é da GNR. Estas situações têm de estar previstas e não pode ser a sensibilidade de um cmdt que pode pôr em causa uma operação deste tipo.
Estas guerras só acontecem porque o ministro é fraco e está morto e enterrado; ele é que não sabe.
Se houvesse um ministro em efectividade, nem os polícias se atreviam a ter esta conduta.
Basta exonerar um dirigente de polícia e a tensão baixa de imediato.