Não há dúvidas de que estamos perante um grave quadro de alterações climáticas: as temperaturas estão a aumentar, os padrões de pluviosidade estão a mudar, os glaciares e a neve estão a derreter e o nível médio do mar a aumentar, gerando, nalguns casos, eventos extremos (ondas de calor, secas, cheias e fogos florestais).
De acordo com o Quadro Estratégico para a Política Climática, na Europa, estes eventos extremos têm já impactes significativos sobre múltiplos setores económicos, assim como efeitos adversos sobre a sociedade e a saúde. Portugal encontra -se entre os países europeus com maior potencial de vulnerabilidade aos impactes das alterações climáticas. A generalidade dos estudos científicos mais recentes aponta a região do sul da Europa como uma das áreas potencialmente mais afetadas pelas alterações climáticas. A causa mais provável deste fenómeno está associada ao aumento de gases com efeito de estufa nas concentrações atmosféricas em resultado das emissões provocadas pelas atividades humanas.
Como se refere num relatório sobre a adaptação das florestas às alterações climáticas, tendo como fundamento o princípio da precaução, a incerteza associada a esta matéria não deve ser motivo para adiar a consciencialização para a necessidade das sociedades se adaptarem às alterações climáticas e para implementar as primeiras medidas de adaptação.
Em torno desta temática, foi recentemente publicado em Portugal, um livro de Ulrich Beck, intitulado “A Metamorfose do Mundo – Como as alterações climáticas estão a transformar a sociedade”, tendo como objetivo tentar explicar por que razão já não compreendemos o mundo.
Uma obra que contribuirá para uma melhor compreensão da questão e para nos preparar para lidar como os seus impactes nas mais variadas vertentes.
Pedro Murta Castro
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