No Algarve uma condutora alcoolizada abalroou cinco viaturas estacionadas e pôs-se em fuga. Ao ser intercetada e submetida ao exame de pesquisa de álcool no sangue, constatou-se que conduzia sob efeito do álcool com uma taxa superior a 1,20 g/l. Por sua vez, na Figueira da Foz, três pessoas da mesma família foram atropeladas na Estrada Nacional 109, em Pedros – Bom Sucesso, duas delas não resistiram aos ferimentos e acabaram por morrer e uma terceira foi transportada para Coimbra em estado grave.
Dois casos iguais a tantos outros que ocorrem nos mais diversos pontos do país e que contribuem para um verdadeiro clima de “guerra rodoviária”, do qual, em 2018, resultaram 675 mortos (mais 12% em relação ao ano anterior), 1.995 feridos graves e 41.335 feridos leves.
Para fazer face a esta realidade, começa-se a levantar a hipótese de recorrer a meios aéreos tripulados (helicópteros) e não tripulados (drones) na vigilância das estradas portuguesas, tendo a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) encetado contatos com entidades externas[1], nomeadamente com “Dirección General de Tráfico de Espanha” (DGTE). Nas estradas espanholas, desde o início deste mês que os drones da DGTE começaram a vigiar as infrações dos automobilistas, procedendo-se ao levantamento dos respetivos autos mediante a informação recolhida.
Contudo, voltamos a frisar que a chave deste problema não está exclusivamente na repressão das infrações, devendo-se apostar seriamente na prevenção, na manutenção adequada e atempada das rodovias, bem como na diminuição da carga fiscal que limita a renovação do parque automóvel.
Manuel Ferreira dos Santos
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[1] Em 2013, num artigo intitulado Robosourcing na segurança interna – drones, alertámos para esta possibilidade. Também aludimos a esta temática em 2015, quando abordámos a questão das Infrações rodoviárias – sistemas de vigilância eletrónica.
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