Em Portugal, tal como acontece em muitos outros países, está em vigor um conjunto de medidas para mitigar os efeitos da pandemia que assola o planeta, nomeadamente o isolamento social e o confinamento obrigatório.
Apesar disso, temos um fugitivo infetado desaparecido em parte incerta que está a dar seu contributo para a disseminação do vírus. Como se isso não bastasse, um outro cidadão que se encontrava em hospitalização domiciliária no Porto, decidiu embarcar num avião e rumar a Ponte Delgada, cidade onde foi detido e conduzido ao hospital. Em Ovar, uma senhora de 78 anos, também infetada, decidiu sair de casa, ir ao supermercado e ao Centro de Saúde. Por sua vez, no Cacém, dois homens e uma mulher foram detidos pela PSP depois de terem participado em várias festas na rua, numa das quais terão sido atiradas pedras contra os polícias.
Um retrato rápido de um país onde a generalidade dos cidadãos tem uma visão de infinitude dos seus direitos e uma perceção muito turva dos respetivos deveres, bem patente no número diário de detidos por desobediência e de estabelecimentos encerrados.
Por fim, não poderia deixar de aludir ao desempenho das forças de segurança (GNR e PSP) em toda esta dinâmica que tem estado acima de todas as expetativas, não obstante os elementos das suas fileiras que estão infetados ou em quarentena e alguma incompreensão por parte da população. Mercê do esforço acrescido a que estão a ser sujeitos, certamente que se sentiram defraudados por verem adiado o pagamento dos suplementos remuneratórios em dívida (nalguns casos desde 2010) que o Governo se tinha comprometido a pagar quando o Orçamento do Estado de 2020 entrasse em vigor.
Sousa dos Santos
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