No âmbito do Dia internacional contra o abuso e o tráfico ilícito de drogas, o EMCDDA publicou um relatório onde destaca uma maior diversidade de produtos de canábis, um aumento da potência e a necessidade de uma monitorização apertada dos efeitos para a saúde.
O relatório — Desenvolvimentos no mercado europeu da canábis — apresenta uma panorâmica dos produtos de canábis emergentes e tradicionais na Europa, identificando uma série de fatores por detrás da atual diversidade de produtos de canábis, incluindo desenvolvimentos nas políticas, avanços nas técnicas de produção e extração, e mudanças nas preferências dos consumidores. A criação de mercados legais de canábis recreativa fora da UE é também apontada como impulsionadora da inovação no desenvolvimento de novos produtos de canábis, alguns dos quais estão agora a aparecer no mercado europeu.
Neste âmbito é referir que a canábis continua a ser a droga ilícita mais consumida na Europa. Estima-se que cerca de 17,5 milhões de jovens europeus (15–34 anos) tenham consumido canábis no último ano (UE-28). Estima-se também que cerca de 1% dos adultos (15–64 anos) na UE consumam canábis diariamente ou quase diariamente. Em
2017, cerca de 155 000 pessoas iniciaram na Europa tratamento devido a problemas relacionados com o consumo desta droga, das quais cerca de 83 000 iniciaram tratamento pela primeira vez. Atualmente, a canábis é a substância indicada com mais frequência pelos novos utentes dos serviços especializados de tratamento da toxicodependência como o principal motivo para procurarem ajuda.
Ao longo deste ano, o EMCDDA publicou um conjunto de documentos com bastante interesse para o estudo da temática das drogas e dos problemas conexos, nomeadamente:
- General Report of Activities 2018;
- European Drug Report 2019: Trends and Developments;
- Drugs in syringes from six European cities (ESCAPE project);
- Post-mortem toxicology practices in Europe;
- Programming document 2019-21;
- EU4Monitoring – brochure.
Por fim, a recente interceção pela Unidade de Controlo Costeiro da GNR de uma embarcação com duas toneladas de haxixe no Rio Guadiana (Algarve), na sequência de um pedido de colaboração da Guardia Civil espanhola, ilustra a dimensão deste problema.
L.M.Cabeço
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