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Defesa, Investigação Criminal, Justiça, Segurança

Da Hora da Verdade à “babelização” e à castração

1.Conforme foi amplamente divulgado e noticiado, a Guarda Nacional Republicana (GNR), passará a ter em breve como Comandante Geral, um Oficial-general oriundo dos seus próprios quadros, quebrando desta forma um dos elos de ligação às Forças Armadas e em particular ao Exército. HV

A este propósito, recebemos um comunicado da Associação Nacional de Sargentos da GNR, intitulado “A Hora da Verdade”, onde se afirma que «é chegada a hora da escolha do novo Comando da GNR mostrar o seu verdadeiro valor, habilidades e competências. É chegado o momento da avaliação crítica, hora em se esperam ações concretas com novas ideias e abordagens. A Associação Nacional dos Sargentos da Guarda (ANSG) destaca a necessidade da “nova” gestão da Guarda implementar mudanças substanciais e que retire do marasmo, latente, a administração dos recursos humanos, logísticos e financeiros da Instituição GNR, que impele reflexos negativos na atividade operacional e na moral dos seus militares, mais que mudar pessoas é necessário mudar mentalidades. A ANSG está ciente que liderar em momentos de transição pode ser desafiador, como tal, está disposta a ouvir o novo conceito e a visão estratégia para o futuro, oferecendo todo o apoio e comprometimento para trabalhar em conjunto, para promover mudanças verdadeiramente positivas, inclusivas e tangíveis, sem ignorar a identidade da Guarda e o bem mais valioso os militares das diferentes categorias profissionais»Um texto repleto de preocupações de inegável pertinência e atualidade.

2.A temática da Defesa continua na ordem do dia, depois de se ter levantado a questão do ingresso de estrangeiros nas Forças Armadas, do aliciamento de especialistas em F-16 da Força Aérea por parte de uma empresa estrangeira, eis que, segundo o CM, se prepara uma alteração à Tabela Geral de Inaptidões em vigor para permitir o recrutamento de candidatos com a altura de apenas 1,54 metros. Esperamos que estas mudanças não atinjam outros patamares a que não aludimos para não ferir suscetibilidades. Tomar medidas que tornem o ingresso nas fileiras mais atrativo , isso nem pensar. Tal como não se equaciona a reintrodução do Serviço Militar Obrigatório, mercê dos custos em votos que daí podem advir para quem ouse apresentar esta proposta. Assim, temos umas Forças Armadas com a pirâmide invertida [1].

Apesar de todas estas contingências, é necessário  garantir o desempenho da missão da Força Aérea e das suas atribuições, para o efeito, através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 102/2023, de 30 de agosto, a Força Aérea Portuguesa foi autorizada a realizar a despesa com a aquisição de todo o inventário da frota P-3C disponibilizado pela República Federal da Alemanha, constituído por seis aeronaves, conjuntos Mid-Life Upgrade (MLU), sobressalentes, equipamentos de apoio e bancadas de teste, bem como os simuladores de voo e de procedimentos táticos, no montante máximo de 45 000 000,00 EUR, isento de IVA. 

Também a Proteção Civil se debate com problemas no domínio do combate aéreo aos incêndios. Segundo o Expresso, através da Força Aérea, terão sido contratados pilotos que não falam nem português nem inglês, o que pode originar “descargas mal feitas, descoordenação entre os diversos meios e riscos desnecessários”. Uma “babelização” de consequências imprevisíveis.

4.Por fim, não poderíamos deixar de felicitar a Polícia Judiciária pela detenção, fora de flagrante delito, de um homem de 33 anos de idade, residente no concelho de Guimarães, suspeito da eventual prática de um crime de ameaças e de um crime de violação, sendo este último um dos crimes mais hediondo e repugnante que o homem pode cometer. 

Das diligências levadas a cabo foi possível recolher outros elementos de prova e associar este indivíduo a uma série de casos semelhantes que vinham ocorrendo em vários locais da zona  de Guimarães. Ao que parece foi detido pela primeira vez quando tinha 20 anos também por violação, tendo cumprido três anos e meio de prisão, o que mais uma vez, vem relançar o debate sobre a polémica questão da reincidência nos crimes sexuais e do recurso à castração química.

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Sousa dos Santos

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