A semana de 20 a 26 de outubro de 2025 [1] ficou marcada por um conjunto de acontecimentos que
evidenciam diferentes dimensões de instabilidade no país e no plano internacional. Em Portugal constata-se que existe uma crescente preocupação com a violência doméstica, o tráfico de droga e as agressões no seio familiar, ao mesmo tempo persistem sinais de tensão nas instituições de segurança e justiça. No plano externo, as sucessivas crises geopolíticas da Ucrânia a Gaza, passando por Cabo Delgado e pelas relações entre os Estados Unidos e a China reforçam um ambiente global de incerteza.
Num cenário onde as fronteiras entre segurança, justiça e confiança pública se tornam cada vez mais ténues, o tema da insegurança surge como expressão das fragilidades estruturais e emocionais que atravessam a sociedade portuguesa.
Desta forma a semana informativa pautou-se por uma sucessão de notícias, sobre violência doméstica, tráfico de droga e agressões dentro das famílias. Por outro lado, o país enfrenta tensões dentro das suas próprias instituições de segurança e justiça. A crise que se seguiu à extinção do SEF continua sem solução estável. No sistema prisional, os guardas declararam greve e nas Forças de Segurança persistem os problemas de sempre. A Justiça, por seu turno, sofre com a morosidade e a falta de meios, revelando um Estado que parece perder eficácia num dos seus setores mais críticos.
No plano internacional, as guerras e as crises multiplicam-se: Ucrânia, Gaza, Cabo Delgado, tensões EUA versus China. Portugal observa à distância, mas sente os efeitos indiretos na economia, na imigração e na ansiedade coletiva.
Por detrás das manchetes, há um traço comum: a insegurança tornou-se o espelho das fragilidades institucionais e emocionais do país. Vivemos entre a violência visível e a desconfiança invisível entre o que acontece e o que sentimos que pode acontecer.
Num mundo marcado por conflitos, redes criminosas globais e sobrecarga informativa, a segurança deixou de ser apenas uma questão policial. Tornou-se um tema social, psicológico e político, que exige mais do que patrulhas: exige políticas de proximidade, justiça célere e um novo pacto de confiança entre Estado e cidadãos.
Sousa dos Santos
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