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A semana – entrada em zona de alerta

A semana de 15 a 21 de dezembro de 2025 [1] ficou marcada por um clima persistente de tensão, insegurança e incerteza, tanto em Portugal como no plano internacional. A proximidade do final do ano não trouxe abrandamento: pelo contrário, expôs fragilidades estruturais, agravou conflitos e reforçou a perceção de que a exceção se tornou norma.

A nível internacional, a guerra na Ucrânia continuou a dominar a agenda política e diplomática. A União Europeia aprovou um apoio financeiro histórico a Kiev, mas revelou divisões quanto ao uso de ativos russos congelados, num equilíbrio delicado entre firmeza e contenção. A retórica belicista de Moscovo, os avanços no terreno e os alertas sobre um possível confronto alargado contrastaram com os sinais tímidos de abertura diplomática, incluindo propostas de mediação com envolvimento dos Estados Unidos. Em paralelo, a escalada global prosseguiu: tensões entre Washington e Pequim, ataques norte-americanos contra o Estado Islâmico na Síria, conflitos armados em África e sinais preocupantes de erosão dos direitos humanos, da Arábia Saudita à China.

Em Portugal, a semana ficou marcada por criminalidade violenta, casos judiciais de grande impacto e pressão crescente sobre os sistemas de segurança, justiça e saúde. Multiplicaram-se homicídios, agressões graves, crimes sexuais contra menores e episódios de violência urbana, a par de investigações por corrupção, burlas económicas e tráfico de droga. O retrato foi agravado por greves no sistema prisional, falhas no controlo de fronteiras e apelos de autarcas ao reforço policial. Ao mesmo tempo, as operações de Natal evidenciaram elevados níveis de condução sob o efeito do álcool e um risco rodoviário persistente.

A saúde pública entrou igualmente em zona de alerta, com o aumento significativo de casos de gripe e mortalidade acima do esperado, expondo fragilidades sazonais já conhecidas. No plano social, destacaram-se problemas na gestão migratória, denúncias de exploração e sinais de xenofobia, bem como situações extremas envolvendo crianças retiradas de contextos de grave negligência.

Entre decisões estratégicas sobre defesa, segurança energética e autonomia europeia, e um quotidiano marcado por violência, desconfiança e pressão institucional, a semana confirmou um traço dominante: 2025 termina num mundo mais instável, onde a segurança deixou de ser um tema setorial para se tornar uma preocupação transversal, do plano global à vida quotidiana.

Por fim, mesmo num mundo em tensão, que o espírito natalício traga esperança renovada, humanidade nas decisões e a convicção de que a paz, coletiva e individual, continua a ser possível. Boas Festas e um Feliz Natal.

J.M.Ferreira

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