Relativamente à semana de 8 a 14 de dezembro de 2025, não poderíamos deixar de nos referir à publicação dos seguintes artigos:
- Defesa Nacional – o retorno de um tema adiado;
- Código da Estrada;
- Condução perigosa de veículo rodoviário;
- Fragilidades e alertas.
Em termos noticiosos, a semana em apreço [1] ficou marcada por uma Europa confrontada simultaneamente com desafios externos e fragilidades internas. No centro das atenções esteve, uma vez mais, a guerra na Ucrânia, que continua a condicionar a agenda europeia. Kiev procura caminhos diplomáticos sem abdicar da sua integridade territorial, enquanto a União Europeia enfrenta dificuldades em compensar a quebra do apoio norte-americano, num contexto de crescente desconfiança transatlântica e de pressão da NATO para reforçar a preparação militar.
A Rússia manteve-se como fator central de tensão, com novas acusações de crimes de guerra, ameaças de retaliação perante o reforço europeu e episódios de guerra híbrida, incluindo alegados ciberataques. Em paralelo, outras frentes geopolíticas agravaram o cenário global: o Médio Oriente voltou a escalar com ataques entre Israel e o Hezbollah, África registou crises humanitárias severas, da cólera na RDCongo e em Moçambique à violência no Sudão. A Ásia foi atingida por sismos, inundações e confrontos regionais.
Em Portugal, a semana evidenciou uma forte pressão sobre os sistemas de segurança, justiça e saúde. Operações policiais de grande envergadura revelaram a dimensão do crime organizado, do narcotráfico e da criminalidade financeira, ao mesmo tempo que se multiplicaram casos de violência urbana e preocupações com a eficácia e morosidade da justiça. O debate sobre segurança ganhou novo fôlego, envolvendo tanto a atuação policial como a capacidade das Forças Armadas e a necessidade de investimento em Defesa.
A saúde pública foi outro eixo crítico: Portugal entrou na fase epidémica da gripe, com aumento de internamentos e excesso de mortalidade em algumas regiões, expondo fragilidades estruturais num inverno particularmente exigente.
A par disso, acidentes rodoviários, fenómenos meteorológicos extremos e desastres naturais dentro e fora da Europa reforçaram a perceção de vulnerabilidade coletiva.
No seu conjunto, esta semana retrata uma Europa inquieta, pressionada por um contexto internacional volátil, por crises humanitárias persistentes e por tensões sociais internas. Entre a necessidade de reforçar a segurança, proteger populações vulneráveis e preservar valores democráticos, o continente enfrenta escolhas difíceis num final de ano marcado pela incerteza.
Manuel Ferreira dos Santos
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